quinta-feira, 4 de março de 2010


A educação de crianças



O sentimento de pertencer a um grupo, de ser uma pessoa importante e querida e a percepção crescente da capacidade de aprender são aspectos fundamentais da formação de nossos pequenos alunos. Nesse sentido, a primeira etapa da vida escolar das crianças na escola visa formar estreitos vínculos com professores e funcionários e com todas as situações de aprendizagem no dia-a-dia.

Em um clima de afeto e confiança, as crianças adquirem segurança em suas própria capacidades expressivas, vivenciando múltiplas oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e do prazer pelo conhecimento e a cultura.

O papel dos valores na Educação Infantil e 1º ano



Na Educação Infantil e 1º ano, as crianças compartilham um conjunto de situações regulares em sua forma e freqüência, que envolvem ações estruturantes para o bem-estar das crianças na escola e para a progressiva construção de valores significativos na interação social, como a autonomia e a cooperação.

Nessa primeira etapa, ser autônomo está relacionado à capacidade de assumir pequenas responsabilidades considerando as necessidades pessoais e do outro, dentro de regras e limites valorizados para uma convivência saudável.

Os alunos cuidam dos próprios pertences, dos materiais de uso comum, consideram as colocações do outro colega ou adulto- e reconhecem a potencialidade do diálogo como forma de expor seu ponto de vista e compreender as diferentes situações.

Criar espaços reais de participação das crianças pequenas valoriza a possibilidade que elas têm, ao mesmo tempo em que a insere de verdade na vida da escola. Assim, conhecer os funcionários que mantêm a sala limpa, os que cuidam dos jardins, são situações que fazem parte do trabalho educacional desenvolvido no Colégio.

Além de propor um espaço para brincar e conviver com os outros, a Educação Infantil e 1º ano destacam a interação com os diversos aspectos da cultura como eixo estruturante da aprendizagem nesse segmento escolar.

IDENTIDADE E AUTONOMIA



A construção da identidade e autonomia refere-se ao progressivo conhecimento que as crianças vão adquirindo de si mesmas, a auto-imagem que através deste conhecimento se vai configurando e à capacidade para utilizar recursos pessoais de que disponha a cada momento.

Na Educação Infantil, fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças pequenas significa ajudá-Ias a progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e na valorização de si mesmas.

Procuramos, então, criar um ambiente conhecido e seguro para elas, no qual todas as pessoas são chamadas pelos nomes e pouco a pouco se tornam referências.

Consideramos que as situações educativas que a criança vive na escola e a maneira como as educadoras tratam essas atuações serão muito importantes na formação dos conceitos de si mesmas.

Na escola, quando as crianças aprendem, por exemplo, a ordenar um joguinho, a brincar com carrinhos, estão também aprendendo muitas coisas sobre elas mesmas, que Ihes permitem formar uma opinião sobre si.

Portanto, a construção de uma auto-imagem positiva requer que, na escola, as crianças tenham experiências em situações que Ihes permitam ganhar confiança em suas capacidades e que sejam vistas como crianças com possibilidades. Isso dá segurança, que é um elemento básico para atrever-se a explorar novas situações, novas experiências. É importante observar que não se trata de renunciar à exigência e ao controle, e sim, de endereçá-Ia a um contexto comunicativo, afetuoso e respeitoso.

“Trata-se de combinar as metas com o alento para superá-Ias, a correção com o encorajamento, o reconhecimento dos limites com as possibilidades.”


LINGUAGEM ORAL E ESCRITA



A linguagem verbal é o instrumento básico da comunicação e representação dos seres humanos e é o que nos identifica como tal. Desde a infância até a vida adulta, a linguagem é o verdadeiro motor do pensamento, o que nos permite ativá-Io e organizá-Io.

Na Educação Infantil, o enfoque de trabalho da língua oral deverá ser basicamente procedimental, isto é, a maioria dos conteúdos que as crianças aprendem são procedimentos de utilização da língua, através dos quais aprendem atitudes e conceitos relacionados com a linguagem.

Os trabalhos de iniciação à língua escrita estão relacionados aos aspectos comunicativos da língua: a escrita serve para saber coisas, para divertirmo-nos, para estarmos informados, para aprender, para conhecer a marca de um produto, etc.. Procuraremos apresentar às crianças propostas para que ela utilize a escrita em situações que tenham sentido, vamos falar e dar informações sobre a língua escrita em situações significativas para a

maioria das crianças (livrinhos de Ieitura , receitas, bilhetes, poesias...).

Quando se toma a escrita em sua totalidade, temos, em jogo, o conhecimento sobre as diferentes formas de discurso: as diferentes circunstâncias de uso e os diferentes formatos que podem tomar os textos escritos. Temos ainda, um sistema codificado que permitirá que pessoas possam se comunicar por escrito. No caso de nossa língua trata-se de um sistema alfabético.

Se o tomarmos em separado de seu uso, tratamos o sistema alfabético como um código e se transforma em uma habilidade, uma mera técnica. Se o tomarmos, entretanto, como fundamental para o processo de comunicação na língua escrita e se, entendermos a produção de textos como ponto de partida (e de chegada) de todo o processo ensino/aprendizagem desse objeto, o código alfabético passa a ser um sistema de representação. Produzindo e lendo textos, ainda que não de acordo com as convenções desse sistema, as crianças estarão sendo convidadas a refletir sobre a escrita em sua totalidade, sobre o sistema de representação e as formas que ganha esse sistema a depender do uso que dele se faz. O código alfabético deixa de ser um sistema fechado e ganha vida.

São três os períodos básicos do processo de compreensão do nosso sistema de representação:

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No primeiro a criança começa a diferenciar a escrita e outros sistemas de representação, principalmente do desenho. Neste período a escrita passa a ser considerada um objeto substituto, portanto um sistema de representação.
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O segundo período é caracterizado pela busca por parte das crianças, de certas propriedades de legalidade no eixo quantitativo, que deve ter a escrita. As crianças pensam que a escrita deve ter um mínimo de caracteres (geralmente dois ou três) para que diga algo. No eixo qualitativo, cada produção escrita deve ter uma variedade interna, isto é, os caracteres devem ser diferentes.
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O terceiro período começa precisamente quando a criança corresponde partes sonoras. Implica em atribuir uma letra para cada sílaba. No eixo qualitativo, a criança começa a colocar letras semelhantes para partes sonoras parecidas. As contradições existentes neste período fazem com que um novo processo de construção seja iniciado. A criança passa

por um período de transição em que se mesclam idéias características do período silábico e do sistema alfabético, até que possa escrever de maneira sistemática, atribuindo as letras necessárias para representação dos fonemas necessários.

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